História Do Óleo Vegetal De Gergelim
O Gergelim foi introduzido no Brasil pelos portugueses no século XVI, é plantado tradicionalmente na Região Nordeste para consumo local, e vem sendo explorado comercialmente no Centro – Oeste e Sudeste, especialmente no Estado de São Paulo há mais de 60 anos para atender ao segmento agro-industrial de óleos e de alimentos in natura.
A África é considerada o continente de origem porque ali existe a maioria das espécies silvestres do gênero Sesamum, ao passo que na Ásia encontra-se uma riqueza de formas e variedades das espécies cultivadas.
O gergelim é muito empregado na Índia para fins terapêuticos, na medicina Ayurveda para diminuir a acidez do sangue, fortalecer a pele e principalmente para aumentar a atividade cerebral; é uma das plantas oleaginosas mais antigas e usadas pela humanidade – existem achados arqueológicos remanescentes do subcontinente Indiano datando de 5.000 a.C. Em alguns países asiáticos esta oleaginosa apresenta significativa importância econômica e social.
Os historiadores e biógrafos registram em seus trabalhos que o gergelim, uma planta originária da Índia e África, que se aclimatou muito bem na América do Sul, está presente nos grandes acontecimentos e nas dietas dos estadistas de renome. Mahatma Ghandi, ao programar suas famosas greves de fome, em protesto ao domínio inglês, costumava misturar o óleo deste vegetal com ovas de peixe – assim, segundo Nerdius, ele suportava os horrores da fomr por um período de até 40 dias e não debilitava tanto seu organismo.
No túmulo de Ramsés III (século XIII a.C.) pode-se ver em um afresco que os egípcios já adicionavam gergelim a massa do pão.
Conta-se que Alexandre, depois de invadir a Índia, mandou aprisionar dois nativos da região, para que eles revelassem o segredo da resistência física que exibiam, já que eram capazes de correr horas a fio como guias do Exercito Macedônio, sem queixarem-se de sede ou fome. Genghis Khan, o grande conquistador, mandava misturar gergelim com iogurte e queijo em sua alimentação, para resistir ao frio, à fome e à exaustão.
Hoje, ao iniciar o século XXI, em plena era da informática, a fama do gergelim continua em cima e, ao que parece, vai crescer ainda mais. É que, como os americanos pretendem ditar a moda de tudo em todo o mundo, o gergelim entrou na mira dos produtos nobres visados pelos importadores do Tio Sam e, agora, seu preço subiu no mercado, transformando-se em ouro para quem o cultivar ou industrializar. Nos EUA, depois que descobriram a periculosidade cancerígena de certos óleos e corantes artificiais, está proibido a utilização deles na produção de alimentos ou cosméticos. Foi aí que o gergelim começou a reinar.
E a fama do óleo do gergelim, como produto miraculoso, aos poucos deixou de ser um segredo das alcovas dos sultões e faquires indianos, para penetrar em casas menos abastadas e distribuir seus benefícios medicinais indistintamente. Detentor das vitamionas T e E, o óleo do gergelim também conquistou a fama de afrodisíaco natural, por permitir melhor circulação sanguínea – este óleo, de acordo com alguns homeopáticos, dissolve os acúmulos de gordura nas artérias, diminuindo muito o risco de infarto.
Gergelim (termo que só se usa no Brasil) provém do árabe vulgar “gilgilan”, do árabe clássico gulgulãn, significando “grão de coentro”.